Na área de segurança uma atitude inadequada do profissional pode gerar uma repercussão negativa perante os clientes e a sociedade. Essas ocorrências de erros na abordagem podem são suscetíveis a ações judiciais de reparação. Contudo, o alto custo de um treinamento continuado com arma de fogo (aluguel de stand de tiro, horas extras, deslocamento, aluguel de arma, instrutor credenciado e munição) dificulta a formação e o aprimoramento dos profissionais. Além disso, existe o agravamento, pois existem muitas pessoas para treinar e poucos instrutores capacitados. Os stands de tiro estão cada vez mais distantes da base e em pouca quantidade o que exige custo alto de logística (transporte, alimentação, horas extras, etc.).

Para realizar atualmente treinamentos extras dentro da própria empresa, não existem as ferramentas adequadas o que o torna praticamente inviável. E por fim, a dificuldade de encontrar formas com custos acessíveis para o treinamento baseado no uso progressivo da força. É fato, que aprimorar o treinamento de profissionais de segurança no que tange a abordagem junto à população pode evitar um confronto violento, como por exemplo, um disparo com uma arma de fogo. Esta situação é um fator de relevância social e econômica.

O treinamento de abordagem e a frequência com que é aplicada pode evitar o afastamento desses profissionais de segurança da sua rotina de trabalho, haja vista que quando ocorre uma situação de confronto com disparos de arma de fogo, existe um processo interno de sindicância, inclusive com o afastamento do profissional envolvido com a ocorrência de suas atividades do dia-a-dia.

A prática do treinamento na área de segurança utilizada atualmente não permite uma interatividade adequada, muitos utilizam alvos inanimados e fixos, e quando existe algum sistema de simulação os mesmos são focados exclusivamente na questão da precisão do disparo da arma de fogo. É o caso dos simuladores de tiro empregados principalmente na área de Defesa. Muitas vezes, os profissionais da área de segurança não tem a oportunidade de treinar atitudes e postura verbal e corporal em situações que ele realmente irá se defrontar no momento em que estiver prestando seus serviços no dia-a-dia.

A criação dos chamados simuladores de abordagem tem o aspecto de envolver mais pontos de interação. Não somente o disparo da arma de fogo com é o caso dos simuladores de tiro. Mas também, a verbalização, postura corporal entre outros. Isto auxilia no envolvimento e na imersão do profissional que está sendo treinado. Este tipo de simuladores está alinhado à aplicação da metodologia do uso progressivo da força. Isto é, a ação deverá se dar de maneira compatível a gravidade da ameaça representada pela ação do infrator, sem se desviar do princípio da legalidade que norteia o processo de uma intervenção.